Por vezes sinto que o meu plano de estudo é como um download...
Fichas de leitura. Grrr...
Bibliografias, santa paciência...
Não seria naturalmente correcto achar que todas as normas são aborrecidas...
Ou seja, o cronómetro aponta que vai demorar 20 minutos, mas de repente já aparece que talvez demore 2 horas, não detestam quando isto acontece, quantas vezes não carregamos no "cancel". Cria-se um plano mental ou em papel, segue-se tudo, mas raramente sai como planeamos. Demora muito mais, deixamos para o fim demasiada informação, e depois é ai, ai que não consigo. Estudar pela noite dentro nem pensar. Pois todos os estudos apontam que a nossa "box" cinzenta processa a informação durante o sono, armazena-a na secção de memórias de longa duração e até processamos informação. Quem já não acordou com uma ideia genial para um problema que nos atormentou no dia anterior. Por isso se diz, "vou dormir sobre o assunto". Depois de ter dormido sobre alguns manuais, e algumas marcas no corpo depois, finalmente percebo o sentido desta frase.
Um bom sono é um item essencial neste processo. Depois há que respeitar tudo o que já lemos em vários livros e que achamos sempre lógico, mas como casmurros que somos, raramente colocamos em prática.Fichas de leitura. Grrr...
Fichas, assustam logo. Confesso que sou adepta do processamento de texto, adoro escrever, adoro tudo formatado, parágrafos, tabulações. Sou uma compulsiva da formatação. Depois até me esqueço do essencial, descrever por palavras minhas o que acabará de ler. Tenho por hábito, em primeiro, colocar os títulos, ou capítulos que vou estudar, e depois descrever pequenos resumos do que li. Confesso que costumo elaborar fichas de resumo. Tento estar sempre atenta as indicações dos Professores e centrar o estudo nas questões das actividades formativas.
Motivação é a principal chave para a realização destas fichas, overdoses de motivação, porque há alguns textos que são como as adivinhas populares, cansam-me essas adivinhas, "Qual é coisa, qual é ela...", sei lá qual é. Não percebo o interesse de alguns autores de procurarem os caminhos mais longos para chegarem a algum lado, penso que já é mania contra o governo por causa das scuts, será que não há mesmo alternativa, e vamos todos a luta, não pagamos. E falam, falam e depois de 2 folhas completas não entendemos nada, irra...!
Adoro escrita simples e directa, talvez por isso goste de livros mais técnicos. Bibliografias, santa paciência...
Quantos documentos e regras já não li sobre como organizar as referências de consulta. Tenho grande respeito pelas regras, só acho que deviam decidir-se de uma vez, conseguimos por vezes ter no mesmo ano lectivo professores a adoptar regras diferentes. Mas espera! Para este era ponto antes do nome, para aquele era sublinhado. É maiúscula, é itálico, é sublinhado, é ponto e vírgula é só virgula ou é só ponto, é aspas, agora é negrito. Nesta altura já estou a beira de ter um AVC... tal é a hipertensão que me provoca estes pormenores. Imaginem os Estados Unidos da América a invadirem a Rússia, não por causa de petróleo mas por causa da Rússia não respeitar as regras de publicação da bibliografia. Tenho a imagem na cabeça de uma guerra mundial porque não se entenderem por causa das regras utilizadas.
Agora mais a sério, sou muito directa e utilizo as regras recomendadas para trabalhos científicos. Quem usa o Word 2007 tem o processo facilitado, pois a ferramenta disponibilizada permite criar uma base dados, e ir actualizando a medida que elaboramos o texto, alternar entre referencias em rodapé ou citações logo a seguir à expressão. A bibliografia não devia ser uma obrigação, mas sim uma condição da pesquisa efectuada, uma forma de nós próprios nos orientarmos, e de orientarmos os outros para o nosso trabalho. Não é que um trabalho tenha de ter obrigatoriamente uma bibliografia, pois a experiência de vida não tem linhas possíveis de se referenciar, e dai podem surgir textos muito bons. Apenas temos que as usar para credibilizar o nosso trabalho e respeitar o esforço e ideias dos outros, é muitas vezes uma forma de agradecimento pelos estudos elaborados.
As questões são: Que trabalho magnifico que fontes usastes? Onde fostes buscar essas ideias? Esta visão é certamente mais interessante do que simplesmente pensar na tarefa aborrecida de descrever todas as pesquisas, internet, livros, artigos, revistas. Talvez se tenha tornado aborrecida, esta tarefa, porque as regras sempre nos atormentaram, será que é assim, é traço ou é ponto, e agora tem tantos autores o que faço. Mas é naturalmente por isso que se criaram normas, que devem ser normas de orientação, essencialmente pensa-se como bases de dados, onde cada coluna tem um item próprio para colocar a informação. Essas normas, com pequenas variações, encontram-se largamente descritas em vários artigos.
Não vou aqui enumerar as regras, optei por evidenciar as importância da sua utilização, com a ideia presente que existe uma certa tendência para a adaptação de determinadas regras, que podem não ser as mais correctas, mas são necessariamente suficientes para se entender a pesquisa e fundamentalmente para encontrar essas fontes.
Não seria naturalmente correcto achar que todas as normas são aborrecidas...
O que é aborrecido é a forma como muitas vezes nos são exigidas, deveríamos aprender mais a entender a sua utilidade e finalidade e dentro de determinados critérios apresentarmos as nossas referências. Não simpatizo com a excessiva obsessão pelo uso de determinadas regras e pormenores. Naturalmente sigo determinadas normas, muitas absorvidas pela experiência das leituras efectuadas (como citações) outras pelo natural uso na elaboração de trabalhos de recolha bibliográfica. Percebo a sua utilidade e aceito as pequenas variações.
16 de março de 2010 às 21:37
Adorei, Manela. Como sempre uma perita nestas coisas!
Muito bem estruturado e com uma liguagem acessível e cuidada.
Parabéns.
Anabela
19 de março de 2010 às 00:53
Obrigado Anabela, tento também aprender fazendo, não tinha muita experiência na Blogoesfera. Com treino e motivação consegue-se.
19 de março de 2010 às 18:39
Manuela, está fantástico. Não queres dar uma aulinhas.~
Se o blogue conta-se para avaliação eu já tinha reprovado à uma semana.
Parabéns!
Sandra Melro