Evolução


Evolução, desenvolvimento, maturação ou crescimento, penso nisto e lembro-me, claro, da concepção, pois é aí que tudo começa. Milhares de anos de evolução e cá estamos nós, humanos, divididos em duas partes, mulheres e homens. Somos assim porque evoluímos no sentido do “mais apto”, selecção natural segundo Darwin.

Já Lamarck defendia a lei do uso e desuso, tentava explicar determinadas modificações no sentido da adaptação, ou seja, se um órgão é muito usado desenvolve-se, torna-se mais forte, vigoroso e de maior tamanho. Calma meninas, nada de gritos, Lamarck baseou o seu estudo principalmente em girafas e no tamanho do pescoço, tirem essas ideias da cabeça.

Sou uma evolucionista, como Darwin, pois hoje somos assim porque numa situação de variedade genética sobrevivem os mais aptos. Essa evolução continua a acontecer, os mais especulativos descrevem que o aparecimento de determinados tumores é mais do que fruto de maus hábitos de vida, é o nosso corpo a começar a adaptar-se a novos ambientes, quem sabe, o nosso organismo não estará a criar novas capacidades.

Mas falemos mais da concepção, aquela que pode gerar vida, e deixamos de fora outras ideias ainda não contempladas pelo milagre da evolução. Se pensarmos bem neste processo vimos como a essência do homem começa logo no “cágado cabeçudo".
É mesmo o típico masculino, tudo ao molho e a alta velocidade. Já a mulher é refinada, um único óvulo, uma criação de um ciclo menstrual completo, tempo para a perfeição. Já se antevê uma comparação imediata, este encontro não é mais do que um “blind date”. Depois de tantos contactos na internet é desta que vou encontrar o tal.

É assustador esta semelhança evolutiva. Depois de tantos dias o óvulo lá parte pela trompa de falópio com esperança de encontrar o espermatozóide certo. É aqui que a mulher se encontra e se assemelha no seu próprio ciclo reprodutivo. Tanta espera, e no final ele não aparece, típico. Depois lá vem a choradeira do costume, ninguém me quer, deve ser porque estou tão gorda, olha para mim pareço uma bola, é aqui que actua a amiga que diz, tem calma, ele é que fica a perder, não adoram essas amigas. Pois é, e nós mulheres lá temos que aturar o período e aquelas dores de barriga. Que castigo este que a evolução nos reservou. Isto é tão injusto, "pensa" o óvulo abandonado, ouvi falar que uma vizinha da minha tia, lá no prédio, foi fecundada por dois e já vai no 2º trimestre. O melhor é que depois da depressão lá se inicia um novo ciclo, talvez seja desta.

Vejam o pormenor da fecundação, o óvulo, que transporta 23 cromossomas da futura mãe  é "prefurado" (sempre a abrir caminho) pelo cabeçudo, o espermatozóide do homem que também leva 23 cromossomas. Aqui começa a vida em "casal", para cada singularidade existem duas opções, uma da mulher e outra do homem. Onde é que eu já vi isto, que rica vida em casal, isto quer dizer que mesmo antes de termos o cérebro desenvolvido, já andamos as avessas com a alma gémea. Já estou a imaginar qual a metade que leva a melhor, quem vai ganhar a corrida, imaginam-se grandes combates, tipo “Star Wars”, para decidir a cor dos olhos, cabelo, etc. Logo se verá, quem apresenta o gene dominante. É de arrepiar estes pormenores evolutivos, chega a haver assunto para conspiração evolutiva. Nada é ao acaso, isto tem força divina, aposto. 

Se fosse como na vida cá fora, o dominante tem que ser sempre a mulher, mas o homem tem sempre que responder, – O que queres para o jantar? –Tanto faz. Responde ele. – Escolhe lá. Diz ela. – Não sei, qualquer coisa. – Lá estás, tu nunca participas em nada. Responde ela, já amuada. – Oh! Vais começar, pode ser bife e batatas fritas. – Não há bife descongelado e o teu médico proibiu fritos, só há pescada. Diz ela quase sem respirar. Funciona do mesmo modo quando é para se escolher a cor das cortinas, temos que ouvir uma resposta, mas a escolha é sempre nossa, é a vingança por termos que carregar a maior cruz evolutiva. Se na fecundação fosse assim o espermatozóide só aparecia para marcar presença, pois quando lá chegasse o óvulo já tinha tomado todas as decisões. O óvulo dizia, – Isto são horas de chegar, onde é que andastes.
– Saí com uns amigos, não me lembro bem do que aconteceu, mas sei que estávamos numa discoteca, pois estava muito escuro, a rebentar pelas costuras e tudo a abanar a cabeça, quando dei conta estava aqui, desculpa amor, perdi a cabeça. Respondia o espermatozóide com ar arrependido.

Esta aventura toda para depois à nascença começar logo outra guerra. O combate das semelhanças. É como falar sobre o tempo, eu acho que tem o nariz da mãe, mas a boca é do pai, já a testa herdou do avô. Ou aqueles mais cépticos, mas o pai e a mãe têm cabelo castanho, como é que o miúdo nasce loiro. Há sempre uma vizinha que acha que o filho não é do marido, que histórias interessantes estas, sabem tudo, e são como os jornalistas, não revelam as suas fontes.

É um milagre da natureza, eles crescem e começam a andar rápido. Não tarda sentirmos os primeiros frutos da sua evolução, principalmente nas grandes superfícies, mais especificamente nas filas de pagamento, onde surgem os primeiros pontapés e gritos de manifestação. Imagino um daqueles programas do National Geografic, onde o narrador, calmamente relata o que está a acontecer na vida selvagem, e se esconde por detrás dos arbustos a observar. Nesta situação seria algo do género: a criatura acena ferozmente com os seus membros, emitindo uns ruídos, o macho adulto parece afastar-se deixando a fêmea sozinha, esta parece estar em apuros, porque a cria aponta insistidamente na direcção do que parece ser uma espécie de criatura colorida, num veículo, esperem parece ser o Noddy, a fêmea emite um olhar ao macho, parece ser uma forma de comunicar, ele ignora e afasta-se. Não é preciso ser um cientista da National Geografic para saber que o olhar é para dizer, quando chegarmos a casa falamos. É fantástico ver esta forma evolutiva de comunicação.

E assim continua a maravilha do Desenvolvimento Humano…

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